Portfólio Pluralismo religioso
Curso: Teologia
Semestre: 2° e 3°
A proposta de Produção Textual Interdisciplinar Individual (PTI) terá como temática
“Pluralismo religioso”. Essa temática foi escolhida com intuito de possibilitar a aprendizagem
interdisciplinar dos conteúdos desenvolvidos nas disciplinas desse semestre.
Inicialmente, é importante que você realize a leitura atenta da situação descrita para, na
sequência, seguir as orientações apresentadas em cada uma das etapas seguintes de modo a
organizar suas ideias para a conclusão, com qualidade, deste trabalho.
ORIENTAÇÕES DA PRODUÇÃO TEXTUAL
A Leitura da Situação Geradora de Aprendizagem e da Situação-Problema fornecerá os
elementos necessários para a produção textual proposta na sequência.
PRODUÇÃO TEXTUAL
INTERDISCIPLINAR
INDIVIDUAL – PTI
Você deverá produzir uma análise a partir da temática: “Pluralismo religioso”, utilizando-se
das discussões realizadas ao longo do semestre e da bibliografia das disciplinas cursadas. O texto
deverá ser estruturado seguindo as normas da ABNT e as regras indicadas neste documento de
orientação.
Situação Geradora de Aprendizagem (SGA)
O artigo a seguir pode servir como um exercício à reflexão e conduzir a uma situação geradora
de aprendizagem (SGA):
Deus não tem religião.
Artigo de Faustino Teixeira
04 Abril 2016
Não há possibilidade de diálogo inter-religioso, se não se acolhe com ternura e com alegria
o pluralismo religioso. Um pluralismo de princípio, ou de direito, não um simples pluralismo de fato.
Isto é, não a simples constatação da pluralidade das religiões como uma realidade que é preciso
aceitar, mas que não é desejada por Deus, mas sim o reconhecimento de que a diversidade é acolhida
com alegria por Deus, que a diversidade é um valor, insubstituível, irrevogável.
A opinião é de Faustino Teixeira, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da
Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora – PPCIR-UFJF, pesquisador do CNPq e consultor
do ISER-Assessoria. É pós-doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana. Entre suas
publicações, encontram-se Teologia e pluralismo religioso (Nhanduti, 2012) e Ecumenismo e
diálogo inter-religioso (Santuário, 2008).
Faustino Teixeira participou, a convite da Comunidade de Base San Paolo, em Roma, num
debate sobre o pluralismo religioso, juntamente com Claudia Fanti, de Adista, e Adnane Mokrani,
teólogo muçulmano, autor do livro Leggere il corano a Roma. Adista Documenti, no. 12, 26-03-2016,
publicou a íntegra do artigo que publicamos a seguir. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Comece citando um teólogo francês, o dominicano Claude Geffré: “A história religiosa da
humanidade testemunha não só a busca às apalpadelas do mistério da Realidade última, mas
também a pluralidade dos dons de Deus em busca do ser humano”. O místico muçulmano Rumi já
escrevia que não é o sedento que busca a água, mas é a água que vai ao encontro do sedento.
Sempre me deixou perplexo a ideia segundo a qual as religiões aspiram a Deus, mas é só no
cristianismo que é possível encontrá-Lo. Que as religiões falam de Deus, mas só no cristianismo que
Deus fala. É a chamada teologia do cumprimento: as religiões expressam um pedido de Deus que só
no cristianismo encontra resposta. João Paulo II declarou em Aparecida que os povos indígenas
estavam sedentos de Deus e que essa sede foi satisfeita com a chegada dos missionários que lhes
fizeram conhecer Jesus.
Talvez um dos desafios mais significativos para o século XXI seja o do diálogo entre as religiões.
Não é possível evitar se defrontar com aquilo que se apresenta como um verdadeiro imperativo do
nosso tempo. Estamos todos imersos em um mundo cada vez mais habitado pelos outros, por
identidades religiosas diferentes que se encontram ou se chocam. As diferenças estão diante de nós,
ainda mais diretamente visíveis e ao alcance da mão, e podem ser objeto tanto de preocupação, de
suspeita e de aversão, quanto de tolerância, de reconciliação e de diálogo.
A grande aposta que escolhemos fazer vai nessa segunda direção. Como afirma o
escritor Marco Lucchesi, membro da Academia Brasileira de Letras, em um artigo intitulado Guerras
de religião?, “o estrangeiro bate à nossa porta. Não há outro caminho senão o diálogo: na energia
crescente, no vínculo de relação que o constitui. O diálogo é um tesouro precioso, uma zona de
aventura, espanto e inquietação”. Panikkar também falava do diálogo como uma aventura e um
risco.
A abertura dialogal é precedida por uma acolhida calorosa ao pluralismo religioso. Não há
possibilidade de diálogo inter-religioso, se não se acolhe com ternura e com alegria o pluralismo
religioso. Um pluralismo de princípio, ou de direito, não um simples pluralismo de fato. Isto é, não a
simples constatação da pluralidade das religiões como uma realidade que é preciso aceitar, mas que
não é desejada por Deus, mas sim o reconhecimento de que a diversidade é acolhida com alegria por
Deus, que a diversidade é um valor, insubstituível, irrevogável, que, como afirmava Louis Massignon,
há uma dignidade sagrada nas religiões. Um reconhecimento que nos faz ver os outros não como
“não cristãos”, mas como nossos amigos, como se expressa o Papa Francisco quando fala das outras
religiões.
O diálogo requer um olhar receptivo em relação à diversidade das fés. O pluralismo não é
mais visto como um fato conjuntural e provisório, mas começa a ser reconhecido na sua positividade,
como pluralismo de princípio ou de direito. O Papa Francisco, na Evangelii gaudium, afirma que “a
diversidade é bela”, que há um valor na diversidade. E isso contradiz a imagem de uma
homogeneidade cristã. Reconhecer o valor dessa diversidade é o desafio mais importante para a
teologia. É isso que ressaltaram Jacques Dupuis, Claude Geffré, Roger Haight, o jesuíta
estadunidense autor do livro Jesus, símbolo de Deus, ou Christian Duquoc, autor do livro Único
Cristo: a sinfonia diferida, em que ele fala do valor da diversidade e do pluralismo.
Trata-se de um espírito novo, que requer abertura e coragem, e que convida a teologia a
romper com os esquemas tradicionais e a se aventurar em novos sendeiros. De fato, encontramo-
nos vivendo uma situação inédita, uma situação que suscita uma nova sensibilidade, levando-nos a
reconhecer a presença de Deus e da Sua graça nas diversas tradições religiosas. É esse o horizonte
destinado a marcar os próximos passos da teologia: estamos diante de um pluralismo irredutível.
Como sublinhou Geffré, os teólogos deverão, cada vez mais, suportar intelectualmente o enigma de
uma pluralidade das tradições religiosas na sua irredutível diferença.
Nos amores, assim como nas religiões, sempre há um espaço de silêncio, de irredutibilidade,
de irrevogabilidade. Disso falavam Louis Massignon e Christian de Chergé: da dimensão de enigma,
de mistério presente nas tradições religiosas. A diversidade não é uma novidade: a história é marcada
por essa riqueza, pela existência de respostas diversas às grandes questões existenciais. O que ocorre
hoje é uma consciência nova da presença, da vitalidade e da riqueza das outras tradições religiosas.
É algo que interroga a consciência cristã e também teologia cristã.
Humanos e terranos
Vivemos uma situação planetária particular, caracterizada pela interdependência e pela
interconexão. É interessante que esse temo “interconexão” apareça tão frequentemente na encíclica
do Papa Francisco Laudato si’: trata-se da palavra-chave da antropologia contemporânea, a
percepção, com toda a urgência que a acompanha, de que estão interconectados com todas as
criaturas. É a questão decisiva, em relação à qual o diálogo inter-religioso representa apenas um
aspecto limitado. Somos os povos de Gaia, como dizemos no Brasil. É preciso fazer uma distinção
entre o termo “humanos”, próprio de uma visão antropocêntrica, e o termo “terranos”, que se refere,
em vez disso, a quem capta essa dimensão de interconexão global. Os terranos são os povos de Gaia,
contrapostos aos humanos, com a sua visão antropocêntrica. O Papa Francisco também dirigiu uma
severa crítica ao antropocentrismo.
O diálogo inter-religioso deve ser vivido, portanto, de forma mais ampla, de modo a envolver
não só as religiões, mas também todas as espiritualidades no cuidado da nossa Casa Comum, em
favor de uma interconexão com todas as criaturas viventes e não viventes. Nessa perspectiva,
no Brasil, eu me remeto com força ao pensamento dos povos originários e, em particular, a dois
líderes indígenas: Ailton Krenak, que recebeu o doutorado honoris causa da Universidade de Juiz de
Fora, e David Kopenawa, autor do livro A queda do céu, uma reflexão sobre a antropologia indígena
e sobre a questão da relação com os missionários no Brasil.
Purificar a linguagem
No âmbito da reflexão antropológica, Lévy-Strauss já havia alertado sobre as resistências às
diversidades das culturas: o ser humano tem grande dificuldade de se relacionar com a diversidade,
principalmente por causa de um etnocentrismo profundamente enraizado. Pelo que sabemos, “a
diversidade das culturas raramente foi interpretada pelos seres humanos como ela verdadeiramente
é, um fenômeno natural resultante de relações diretas ou indiretas entre as sociedades. Ao contrário,
sempre foi vista como uma espécie de monstruosidade”. Assim, reagindo ao etnocentrismo, o
intelectual francês propunha corajosamente a defesa da diversidade das culturas em um mundo
ameaçado pela monotonia. E ressaltava que tal diversidade deve ser salva e considerada sem
surpresa, sem repugnância, sem condenação.
A teologia também é chamada hoje a captar essa diversidade, levando a sério o pluralismo
religioso no seu significado mais positivo e estimulante. Como nos adverte Claude Geffré, devemos
assumir o desafio de uma teologia inter-religiosa capaz de reinterpretar a especificidade cristã em
função da riqueza de que podem ser testemunhas as outras religiões, com a sua capacidade de
favorecer uma nova inteligência do mistério de Deus. Acolher o pluralismo de princípio significa rever
com seriedade todo um patrimônio teológico cristão fundado sobre o exclusivismo – fora da Igreja
não há salvação – ou sobre a perspectiva do cumprimento, isto é, sobre a ideia de que as outras
tradições religiosas constituem uma preparação para o Evangelho, encontrando o seu
completamento no cristianismo. É uma visão que ainda caracteriza a reflexão teológica cristã, e as
resistências a uma mudança ainda são muito fortes hoje. A Dominus Iesus, com a sua distinção entre
fé e crenças religiosas, é considerada quase um dogma.
No seu livro O cristianismo e as religiões, Jacques Dupuis enfatiza a importância de um salto
de qualidade na reflexão teológica a fim de favorecer uma dinâmica de abertura e de colaboração
mútua com as outras religiões. Ele evidencia três aspectos essenciais: 1) a purificação da
memória, 2) a purificação da linguagem teológica, 3) a purificação da compreensão teológica.
Aspectos entendidos como desafios teológicos fundamentais para o nosso tempo.
É preciso trabalhar no sentido de uma mudança da mentalidade e dos espíritos, uma
metanoia, para uma melhoria das relações entre as religiões. É preciso operar uma mudança na
compreensão das outras tradições, rumo a um novo modo de pensar os outros e o seu patrimônio
cultural e religioso.
Nós, cristãos, vemos em Jesus o caminho e a possibilidade de salvação que Deus nos indicou.
Mas não podemos universalizar essa experiência particular como se fosse válida para todas as outras
religiões. Jesus é o caminho de salvação vivido pelos cristãos. Então, deve-se utilizar uma linguagem
mais respeitosa, em vez de afirmar, como faz a Dominus Iesus, que as outras religiões são
“gravemente deficitárias” quando comparadas com a religião cristã. Ou sustentar, como fez João
Paulo II, que os muçulmanos creem em um Deus distante ou que os budistas são ateus. E o mesmo
pode ser dito em relação ao conceito de povo eleito e até de Reino de Deus.
Se eu quero dialogar com as outras religiões sem abandonar a minha identidade, eu digo que
estou domiciliado no cristianismo, que estou feliz com isso, mas que devo respeitar as outras
tradições religiosas também na minha linguagem teológica. Sem pensar em ser o portador da luz.
Como se o cristianismo fosse a religião de Deus. Não, Deus não tem religião. Deus não é católico,
como ressaltou o Papa Francisco.
A partir das testemunhas
No entanto, muitos teólogos comprometidos nesses âmbitos sofreram uma repressão por
parte do Vaticano. No Brasil, quando saiu o livro de Roger Haight, Jesus, símbolo de Deus, nenhum
teólogo queria fazer a sua resenha. Por medo, porque o tema, com tudo o que implica, é realmente
um ninho de vespas, para usar as palavras de José María Vigil em referência à cristologia.
É difícil conciliar o diálogo com as outras religiões com a insistência sobre a absoluta unicidade
salvífica de Jesus. E Roger Haight teve a coragem de dizer isso. Dupuis escreveu que Jesus não é
absoluto, absoluto é Deus. Haight foi além, falando da normatividade de Jesus para os cristãos, mas
pondo em discussão a unicidade da mediação salvífica de Jesus em função da perspectiva dialogal. É
uma questão espinhosa, e continua sendo sob o pontificado de Francisco, porque a convicção de que
“fora da Igreja não há salvação” ou de que só se tem a salvação completamente na Igreja entrou tão
a fundo no imaginário cristão que é muito difícil fazer uma mudança nesse sentido. Acompanhei
Dupuis nos últimos anos e fui testemunha do seu sofrimento. Imaginemos os estudantes que entram
no átrio da Universidade Gregoriana e leem que o Prof. Jacques Dupuis não vai dar aula por estar
sob investigação por parte do Santo Ofício. É essa situação que o fez morrer.
Eu destaquei em um artigo meu que nem mesmo a teologia da libertação consegue fugir do
inclusivismo, aquela perspectiva que concede a possibilidade de salvação também para aqueles que
não são cristãos, por meio da sua inclusão na ação salvífica de Jesus Cristo. A maioria dos teólogos
ligados à teologia da libertação pode ser inserido em tal perspectiva. Leonardo Boff se desvinculou
dela através da visão ecológica, graças à qual é possível dar um fôlego mais amplo à reflexão
teológica. Mas, em geral, os teólogos evitam entrar em questões relativas à eclesiologia e à
cristologia, que são as mais espinhosas.
A partir desse ponto de vista, é muito mais fácil para os teólogos leigos que trabalham fora
da instituição eclesiástica. Eu leciono em uma universidade pública, onde nenhum bispo pode me
dizer o que devo fazer no meu trabalho teológico. Mas, quando eu trabalhava na Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro, a situação era muito mais complicada. Para quem trabalha
em uma universidade católica, a tentação da autocensura é muito forte.
No entanto, há um trabalho teológico periférico que abre caminho, muitas vezes em uma
perspectiva mística, mostrando uma possibilidade diversa de pensar as religiões. Panikkar afirmou
que, quando entramos no espaço das outras religiões, devemos tirar as sandálias, porque é um
espaço sagrado.
Com a ajuda da mística, eu acho que toda a realidade é sacra. Teilhard de Chardin escreveu
que não há nada de profano para quem sabe ver. E Ibn Arabi disse que todos nós estamos envolvidos
no sopro do Misericordioso. Todo o mundo é permeado pela graça. Então, é necessária uma
educação do olhar. Ser capaz de perceber a presença de Deus em cada lugar. Como afirmou Roger
Haight, se não conseguirmos captar a positividade das religiões, a sua beleza, isso significa que não
somos capazes de captar o significado do Deus Criador, que estamos desfigurando o rosto de Deus.
Dois anos atrás, eu fui convidado para escrever um artigo crítico sobre os pentecostais
no Brasil, mas recusei: não compartilho certas posições dos pentecostais, mas também acho que eles
deram uma contribuição importante em relação à dignidade dos pobres. E que, portanto, a reflexão
teológica sobre os pentecostais deve ser conduzida com cuidado e delicadeza.
Para superar as resistências, em todo caso, acho que o melhor caminho é o de não falar de
diálogo e de pluralismo de forma abstrata, mas sempre a partir das testemunhas, como Christian de
Chergé ou como Louis Massignon. Quando se fala de diálogo através dos “buscadores”, aqueles
místicos e profetas que vivem no limiar, dentro da experiência do limite e da fronteira, as
desconfianças são menores. Diante das testemunhas, há pouco a se discutir. Como é possível criticar
uma figura como Christian de Chergé, com a sua transparência, a sua honestidade com o real, como
diria Jon Sobrino?
(Disponível em: https://www.ihu.unisinos.br/185-noticias/noticias-2016/553135-deus-nao-tem-
religiao-artigo-de-faustino-teixeira Acesso: 13 dez. 2021).
Situação-Problema
No artigo selecionado podemos observar uma breve análise sobre a pluralidade religiosa,
assim como refletir sobre a necessidade de um novo e corajoso olhar da teologia diante das
diferenças irredutíveis.
As disciplinas cursadas nesse semestre oferecem algumas ferramentas interessantes para
análise da pluralidade religiosa e para produção de nossa produção textual. A seguir, considere as
questões a seguir como pontos norteadores para o desenvolvimento de sua produção textual:
• Nosso modo de ser e pensar é fruto de um amplo contexto em que estamos inseridos e que
se forma desde a nossa infância, através das nossas famílias, nossas escolas, nossos amigos, nossas
religiões, etc. Conforme apresentado em Introdução à filosofia, a primeira expressão do processo
assinalado anteriormente, está no senso comum, mas também podemos falar em outras perspectivas
de mundo, que se formam a partir das visões religiosas, filosóficas ou científicas. A filosofia se
debruçou em compreender a religião, na medida em que essa é uma questão que sempre permeou
as sociedades humanas. O artigo A Filosofia Analítica da Religião de Roberto Hofmeister Pich
(https://revistacult.uol.com.br/home/a-filosofia-analitica-da-religiao/) apresenta um resumo do
caminho percorrido pela filosofia na análise da religião. Leia o artigo e apresente seus principais
pontos.
• Na Grécia Clássica existiu o que podemos denominar de religião pública, conhecida
atualmente simplesmente como mitologia grega; institucionalizada pelos templos (com grupos de
funcionários) e tendo como “livros sagrados” a Teogonia de Hesíodo, Ilíada e Odisseia de Homero; e
capaz de unificar os diversas povos que habitavam a Grécia Antiga. Nessa religião, os Deuses são
forças naturais (Zeus é Deus dos Trovões) e homens hipostasiados, ou seja, com alguma característica
humanas idealizadas como modelos (Afrodite, deusa do amor, da fertilidade, do sexo, e da beleza).
Daí, por um lado, mitos eram uma forma de explicar fenômenos naturais e sociais e, por outro lado,
eram uma forma de naturalizar a hierarquia e a função social dos indivíduos: o escravo nasceu para
ser escravo, a mulher nasceu para ser mulher, o cidadão nasceu par ser cidadão, etc.
Ao mesmo tempo se desenvolveram diversas religiões privadas, com diferentes perspectivas
e rituais, bem como reflexões filosóficas sobre Deus, o bem maior, a divindade suprema, etc. Na
discussão filosófica, se destacam os textos de Aristóteles, posteriormente retomados por Thomas de
Aquino para assentar em bases racionais o Deus cristão. Para entender um pouco sobre a noção de
Deus em Aristóteles e sua ressonância no pensamento tomista, recomendamos a leitura e síntese do
artigo:
SANTIAGO, Maurílio Antônio Sousa. Aristóteles: A contemplação de Deus como o Bem Supremo. In:
Revista Eletrônica de Direito do Centro Universitário Newton Paiva Escola de Direito, Belo Horizonte,
n. 18, 2012. Disponível em https://revistas.newtonpaiva.br/redcunp/d18-05-aristoteles-a-
contemplacao-de-deus-como-o-bem-supremo/ Acesso em 17 de dezembro de 2021.
• Em meio a necessidade de discussão sobre reconhecimento e respeito da diversidade religiosa
na atualidade, e as recorrentes ocorrências de intolerância religiosa, pesquise um acontecimento
recente na sociedade brasileira sobre intolerância religiosa e faça uma breve análise sobre os
prejuízos causados por tais ações, tanto no campo religioso quanto no social.
• Dentro de uma mesma sociedade, porém em diferentes períodos históricos, o entendimento
sobre o sagrado varia. Do mesmo modo, a partir do momento em que mudamos a perspectiva
cultural, ao adotar a visão de mundo de um grupo/sociedade distintos, esse entendimento também
se altera. O que justifica essas variações? Por que a teologia deve contemplar as mudanças que
ocorrem na sociedade? Argumente.
Como ponto de partida, sugerimos a leitura dos artigos e livros listados nas referências
abaixo, de modo que estes materiais possam proporcionar um maior entendimento sobre o estudo
em questão. Além dos livros das disciplinas deste semestre, você também pode buscar outras
referências indicadas nestes materiais e aprofundar os seus conhecimentos.
REFERÊNCIAS
PICH, Roberto Hofmeister. “A Filosofia Analítica da Religião”. Disponível em:
<https://revistacult.uol.com.br/home/a-filosofia-analitica-da-religiao/> Acesso: 17 dez. 2021
SANTIAGO, Maurílio Antônio Sousa. Aristóteles: A contemplação de Deus como o Bem Supremo. Revista
Eletrônica de Direito do Centro Universitário Newton Paiva Escola de Direito, Belo Horizonte, n. 18, 2012.
Disponível em https://revistas.newtonpaiva.br/redcunp/d18-05-aristoteles-a-contemplacao-de-deus-como-
o-bem-supremo/ Acesso em 17 de dezembro de 2021.